segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Expedição Estrada do Inferno II

Caborteiros em geral:
É isso aí! Cá estamos nós mais uma vez. Nem tão sujos quanto da última, mas bem cansados é verdade. Mais uma expedição foi completada com sucesso e desta vez temos até filme pra comprovar nossas peripécias 4 x 4.Apertem os cintos de reboque, preparem as manilhas que vamos começar!Esta expedição começou bem antes do grupo de Porto Alegre partir. Enquanto eu trabalhava na sexta feira contando as horas para pegar a estrada a turma de Canguçu/Pelotas já estava na estrada, enfrentando desafios e "criando" suas próprias dificuldades. Por volta das 5:30 da tarde sexta, o Rui me ligou dizendo que tinha uma missão impossível: comprar um rolamento e um retentor de roda traseira para o Niva do Ildo que estava em Tavares com uma roda suspensa do chão na oficina do Ben-Hur. Como tinha poucas coisas para fazer antes da viagem como carregar o Niva, arrumar minha mochila, vedar o distribuidor, completar o óleo, abastecer e pegar meus Zequinhas pela cidade, fiquei calmo com a situação.Cheguei em casa e rapidamente liguei para o santo protetor dos Niveiros, Seu Dirceu. Como ele estava mais calmo do que eu tivemos uma longa conversa de onde conseguir um rolamento aquela altura dos acontecimentos. Por volta das 18:15, ele me passou o telefone de uma loja onde poderia encontrar aspeças solicitadas, se já não estivesse fechada. Com a benção de todos os santos jipeiros consegui o rolamento ficando pendente apenas o retentor.Como eu tinha um usado em casa e em trilha se usa o que tem, empacotei este mesmo e dei a tarefa por concluída as 19:00. Deixo aqui o agradecimento público ao meu pai que foi buscar o rolamento na loja.Bem, carregado o Niva e tudo o mais, fui para o ponto de encontro para a largada do comboio. Lá já estavam todas as motos com seus respectivos pilotos: Alex, Ricardo, Rafael, Charles, Roger e Alexandre, a Hilux do "Seu Careca", apoio das motos e chegava pela segunda vez o JPX do Mika e da Roberta, nossa "guarda (e perde :-) ) volumes da viagem.Largamos de lá por volta das 10 horas parando para o abastecimento e saindo definitivamente em direção ao nosso objetivo as 10:30. Seguimos pela estrada de Viamão onde pegamos o último elemento do grupo: Nei o fotógrafo. A viagem até Mostardas foi tranquila, com muita neblina na estrada e papo no radinho Talk About.Excelente oportunidade para falar mal do Mika que com seu equipamento sofisticado, de úlitma geração no JPX conseguia escutar tudo que falávamos mas não podia transmitir, por que nossos radinhos não tinham capacidade de decifrar suas ondas eletromagnéticas.Por volta da 1:30 da madrugada chegamos em Mostardas onde rapidamente encontramos o hotel sinalizado por uma carreta carregada de Willys e alguns outros jipes espalhados na volta. Pelo que víamos alí teríamos umcongestionamento na Estrada do Inferno!Acordamos sábado bem cedo e começamos os preparativos para a saída. Depois de um farto café da manhã arranquei na frente do comboio em direção a Tavares onde o Ildo anciosamente nos esperava. Lá chegando fomos recebidos com muito entusiasmo pelo pessoal vindo de Canguçu/Pelotas.Com o Niva do Ildo concertado, partimos em direção a praia. Estradinha de terra com alguma água e um pouco de areia molhada mais próximo do mar foi o que encontramos. Sem muitas dificuldades seguimos pela orla até a altura do acesso à Lagoa do Peixe que havíamos utilizado na semana passada. Entramos por lá para conhecer e decobrimos finalmente uma laminha. O nível da lagoa estava bem mais baixo do que na passada fazendo surgir pontos de atoleiro escondidos pela vegetação. Mas não tão escondidos....Logo que entramos nas margens da lagoa eu seguia atrás da Hilux, com calma, apreciando a paisagem. De repente a Hilux passou por atoleiro brabo mas como eu vinha logo em seguida e sem embalo, fiquei! Fiquei bem encostadinho no chão aliás! Chamei o pessoal pelo rádio e começamos a diversão. Primeiro tentamos empurrar o Niva - nem se mexeu. Estiquei o guincho e prendi no JPX. Quando voltava para o carro percebi uma situação estranha: todo mundo se auto flagelando com tapas. logo percebi que estávamos no meio da maior nuvem de mosquitos que já vi. Pensando que iria sair rápido daquela situação, entrei no carro e ativei o guincho - nada!Tá preso mesmo! Bom, vamos usar a patesca do Rui então. Coloquei a patesca, só que para isso precisei desenrolar todo o cabo do carretel. Quando voltei para o carro e tentei esticar o cabo que estava sobrando no chão tive uma surpresa: o guincho não funcionava. Fiquei assustado pensando se tinha queimado o guincho na tentiva anterior ou tinha acabado a bateria ou sei lá o que. Pensando um pouquinho imaginei ser problema no botão do painel e fui apanhar o controle do guincho no porta malas acompanhado pela minha centena particular de mosquitos, é claro. Quando voltava para a frente do Niva com o controle da mão vi uma cena que funcionou como repelente naquele momento: o Mika, cançado de ficar dentro do JPX com ar condicionado ligado e vendo seus companehiros se debaterem com aqueles insetinhos havia tentado me rebocar pelo guincho o cabo haviapartido no ponto de fixação no carretel.Agradeci seu companheirismo e o convidei a participar da "festa" conosco. :-)Estavamos agora divididos em três frentes de trabalho: a primeira tentava concertar o cabo do guincho, a segunda tentava desatolar a Toyota Hilux que havia atolado na tentativa de voltar para praia e a terceira quedesesperadamente procurava o repelente no porta malas. Depois de umas 25 picadas per capita, conseguimos fixar novamente o cabo e patescar o Niva para fora do atoleiro. Nos dirigimos então para a Hilux quemesmo com trenzinho do Niva do Ildo e do Willys não saia do lugar. Colocamos então outra cinta de reboque na camionete e eu puxei com o Niva junto com o trenzinho formado. Finalmente ela saiu e nós, desesperadamente e praticamente anêmicos abandonamos os domínios da lagoa.Já na praia, o grupo decidiu se dividir: a turma de Canguçu, atrás de mais emoções e os motoqueiros foram passear pelos lados da lagoa e o JPX, a Hilux e eu seguimos pela praia até o farol caído, onde esperaríamos o resto do grupo para o almoço.No caminho para farol meu navegador Júlio tentou "pescar" nosso almoço de graça numa rede de pesca. Quando ele já estava com o peixe na mão, viu dois sujeitos nada satisfeitos correndo pela praia na sua direção. Sem muita cerimonia ele entrou pingando no Niva e tocamos em frente sem almoço mas dando boas risadas! Quando chegamos perto dos dois sujeitos dissemos que estávamos apenas tirando umas fotos de recordação. Obviamente eles acreditaram e até disseram: Vão ficar muito bonitas estas fotos com o cara pelado e um peixe na mão! Seguimos mais uns quilometros até encontrarmos outro pescador pelo caminho.Dessa vez preferimos comprar o peixe e assim foi feito. Almoço do pessoal garantido tocamos até o ponto de encontro. Chegando no Farol fizemos uma sessão de fotos e fomos providenciar as condições paraassar o peixe. Seu Careca, Nei e Júlio fizeram espetos de bambu (na beira da praia?) e grelha de vergalhão de aço. Eu, Mika e Roberta perferimos fazer nossa massinha ao molho de queijo. Gabriel, meu zequinha filmador optou por comer de tudo!Quando o "sushi" já estava quase no ponto (pois não assou muito bem), o pessoal chegou. Comeram assim mesmo e elogiaram os Chefs. Como já era 16:30 saímos rapidamente em direção a São José. Rodamos rápido pela praia numa média de 80 Km/h. Quando o sol começou a se por eu, que ía na frente sem ninguém no retrovisor resolvi esperar o resto do comboio. Depois de uns 15 ou 20 minutos passou o pessoal de Canguçu, a Hilux e 4 motos. Faltavam Mika e duas motos. Esperamos mais 10 minutos e nada. Já preocupados pensamos em voltar até que surgiu um moto no horizonte. mais uns 5 minutos e chegava Alex para dar as notícias. A moto dele estava com um pneu furado, problemas elétricos e superaquecimento. Completamos a água do radiador dele e mandamos seguir em frente. Logo em seguida apareciam o Mika e o Ricardo que estavamacessorando o Alex.Seguimos por mais alguns pouocs quilômetros, completando a água até que na altura do barco encalhado na praia a moto do Alex foi de vez. Mandamos dois motoqueiros buscar o resto do comboio que iríamos acampar ali mesmo, pois já estava escuro. Depois de um tempo, eles voltaram dizendo que o pessoal estava em Praia do Mar Grosso a uns 7 quilômetros dali e iria acampar lá. Teríamos então que rebocar a moto até lá. Tentamos primeiro com o Niva e uma cinta, mas logo vimos que seria muito complicado. A solução então foi empurrar a moto com outras duas, uma de cada lado até o local para pernoite.Tudo correu bem nesse trajeto e conseguimos chegar ao balneário por volta da 19:00. Armamos acampamento no pátio de uma casa na beira da praia. Ficamos assim protegidos do vento que a noite mostraria sua força em algumas rajadas.Depois de um reenergizante banho frio e de muitos pastéis de camarão o pessoal estava pronto para descansar do primeiro dia. Domingo. Acordamos cedo e começamos a organizar a bagunça para partir. Depois de uma sessão de fotos na praia com direito a formação e tudo mais, nos despedimos dos amigos de Canguçu que voltariam para casa e seguimos nosso rumo até São José do Norte. Depois de abastecermos e descobrirmosnovos problemas com as motos, que precisavam de uma borracharia, o grupo se dividiu novamente. Eu e o Mika fomos até os molhes e o resto do comboio foi para a borracharia. Na volta dos molhes, dois motoqueiros nos aguardavam para indicar que grupo já havia seguido pela estrada. Fomos em frente, entrando finalmente na estrada do inferno. O trecho entre São José e Bojuru estava extremamente fácil. Uma verdadeira estrada de terra. Avançamos sem dificuldade até começarmos a encontrar os integrantes da expedição. Como saímos de São José por volta das 11:30 da manhã, a fome já estava batendo. Ficamos sabendo que o pessoal da frente docomboio já estava parado para almoço numa "quermece" na igreja local. Estavam na fila para o churrasco!Logo em seguida chegamos ao local. Novamente, sem muita preocupação a tripulação do JPX e do Niva preferiu fazer o próprio rango. Comemos risoto com ovos cozidos, acompanhados de milho e ervilha. Foi um almoço relaxante..."Lavada" a louça seguimos viagem agora com a proteção da simpatia de Charles e Alexandre que colocaram os escafandros para espantar a chuva. Funcionou! Não caiu uma gota de chuva no trajeto. A partir deste ponto a estrada começou a piorar, mas continuava bastante leve. A partir de Bojuru as coisas melhoraram um pouquinho, mas como não chovia a uma semana só encontramos areia e algumas poças de lama ocasionais.Seguimos assim até Mostardas. Com alguns tombos de motoqueiros neste trajeto, mas sem registros fotográficos. Tivemos paradas ocasionais para colocar calços de borracha na carroceria do JPX que havia quebrado os apoios da mesma no início da estrada. No mais, só o incomodo de dirigir com as rodas desbalencedas pela lama ainda grudada da Lagoa do Peixe nas rodas, o que fazia com que o Niva trepidasse inteiro.Chegamos em Mostardas por volta das 19:30 e resolvemos levantar acampamento e seguir para Porto Alegre. Depois de alguns percalços com a chave da Kombi que estava segura no porta luvas do JPX, embora a Roberta negue isso até a morte :-), partimos. Chegamos em POA por volta das 12:00 e dormimos felizesmais uma vez. Cansados novamente mas já planejando a próxima aventura: Rio Grande - Chui.Quem se habilita?Abraços a todos que participaram, foi uma ótima expedição!
Luciano Duarte Niva 91 - Porto Alegre Niva Clube do Rio Grande do Sul

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